9 de dezembro de 2015

UM GIGANTE DA FÉ


Uma das histórias mais fascinantes da Bíblia com certeza é a do patriarca Abraão. Sua vida de fé, obediência e temor a Deus inspira a todo o crente. Não é à toa, que três das maiores religiões do mundo tem em Abraão o início de tudo. Seja para o Judaísmo, Islamismo ou cristianismo, Abraão é um personagem protagonista. Antes de ser chamado por Deus, Abraão era chamado de Abrão. Deus lhe mudou o nome e o constituiu por pai de muitas nações. Sua fé em Deus é demonstrada desde de sua terra natal, Ur uma cidade que ficava na Mesopotâmia. Sem saber o seu destino, mas, confiando em Deus, Abraão saiu de
sua terra e peregrinou em terras desconhecidas, com a certeza de que, o mesmo Deus Criador que lhe havia pedido para deixar a sua terra, ira guia-lo pelo caminho certo e dá-lhe um destino glorioso. A princípio ele viajou com seu pai Tera até Harã, juntos estava seu sobrinho Ló, acompanhado da esposa, e também Sara sua esposa. De Harã, após a morte de seu pai, Abraão foi para Canaã junto com Ló, e ali habitaram.
A grande promessa de Deus a Abraão era a de um filho. Pai de numerosas nações era a promessa e para isto era preciso um filho. Abraão tentou dá um jeitinho isso, quando tomou outra mulher, uma serva de sua esposa Sara chamada Agar, desta lhe nasceu um filho a quem chamou de Ismael. Deus, porém, deixou claro, tanto para Abraão, quanto para Sara que, o filho da promessa nasceria de Sara, aliás, Sara também teve seu nome mudado de Sarai para Sara, porquanto seria chamada de mãe de nações. Esta demonstração de falta de fé nas promessas de Deus nos mostra que mesmo homens que ficaram conhecidos pela grande fé que tinham (Abraão ficou conhecido como “Pai da fé”) tiveram momentos de dúvidas e falharam com Deus. Antes deste episódio, numa ocasião em que houve grande fome em Canaã, Abraão desceu ao Egito em busca de alimentos, e lá mentiu a respeito de Sara sua esposa o que também desagradou a Deus e por pouco não causou uma tragédia em todo o Egito, não fosse a intervenção divina.
Por fim, Deus cumpriu a sua promessa e Sara, com noventa anos de idade, teve a Isaque. Abraão já era um ancião de um século, isto é, cem anos, quando Isaque nasceu. Que alegria deve ter tomado a casa deste casal, um filho na velhice. Um milagre de Deus, quando todos já davam Sara como seca do ventre, inclusive ela mesmo. Talvez se Deus tivesse dado este filho a Sara quando ainda jovem, muitos teriam atribuído a ela e sua força o milagre. Mas, não, Sara tinha noventa anos, e mesmo hoje, com todo o avanço da medicina, um caso deste não teria outro nome, a não ser, MILAGRE.
O tempo passou, e agora Isaque é um jovem, com cerca de dezessete anos, é o orgulho de seu pai, o xodó da mãe. Imagina o carinho e o amor com que estes pais não tratavam este adolescente. O filho da promessa, o milagre de Deus, Isaque, criado nos caminhos do SENHOR, jovem de fé e obediência, um menino de ouro. Porém, Abraão e seu filho seriam colocados à prova de forma dura e severa. Uma certa ocasião em que Abraão estava em comunhão com o Seu Criador, este falou assim com Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. ” Gênesis 22:2. Imagina como deve ter sido para aquele pai ouvir tais palavra, ainda mais, vinda de um Deus de amor e misericórdia, como é o SENHOR. Abraão deve ter estranhado o pedido, mas, ele conhecia a voz de Deus, e por mais estranho que podia parecer, ele sabia que era Deus mesmo que estava dando a ordem. Sem questionar a Deus, Abraão levantou-se do lugar de comunhão e preparando a pequena comitiva, composta de dois servos, seu filho Isaque e si próprio, partiu em direção ao lugar que Deus havia lhe designado. A princípio, nada fez saber a Isaque o que aconteceria ali. Muitos estranham o fato de Sara não ter procurado saber para onde seu marido e seu filho estavam indo àquela hora da madrugada, mas, Sara já estava acostumada a vê-los sair assim de madrugada para oferecer sacrifícios ao SENHOR. Era normal para ela aqueles movimentos, e não questionou o que seu marido estava fazendo pois confiava nele, e principalmente em Deus.
Abraão foi caminhando com Isaque até determinado local, ainda longe viu o monte e pediu a seus servos que ali ficassem até que ele e Isaque voltassem. Sim, as palavras de Abraão são significativas, não disse que só ele voltaria, apesar de saber o que iria fazer no monte, mas, disse: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós. ” Gênesis 22:5. Abraão ali já tinha certeza que voltaria com seu filho Isaque. Que fé, que coragem daquele homem! Exemplo digno de ser imitado. Hebreus 11 nos fornece detalhes interessantes desta passagem, veja:
“Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; ” Hebreus 11:17,18. E segundo consta na Bíblia, até aquela ocasião não havia notícias de que tal milagre ocorrera.
Por fim, Abraão revelou a Isaque o que verdadeiramente havia ido fazer ali. Vemos agora o que é ensinar pelo exemplo, apesar de saber que ele era o sacrifício, Isaque não questionou a decisão de seu pai, se entregou em sacrifício e deu sua vida em oferta a Deus. Um símbolo de Cristo, que voluntariamente deu Sua vida em favor dos pecadores. Veja este comentário sobre esta passagem, feito pela escritora Norte-Americana Ellen G. White:
“Foi para impressionar o espírito de Abraão com a realidade do evangelho, bem como para lhe provar a fé, que Deus o mandou matar seu filho. A angústia que ele sofreu durante os dias tenebrosos daquela terrível prova, foi permitida para que compreendesse por sua própria experiência algo da grandeza do sacrifício feito pelo infinito Deus para a redenção do homem. Nenhuma outra prova poderia ter causado a Abraão tal tortura de alma, como fez a oferta de seu filho. Deus deu Seu Filho a uma morte de angústia e ignomínia. Aos anjos que testemunharam a humilhação e angústia de alma do Filho de Deus, não foi permitido intervirem, como no caso de Isaque. Não houve nenhuma voz a clamar: "Basta." A fim de salvar a raça decaída, o Rei da glória rendeu a vida. Que prova mais forte se pode dar da infinita compaixão e amor de Deus? "Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?" Rom. 8:32. O sacrifício exigido de Abraão não foi somente para seu próprio bem, nem apenas para o benefício das gerações que se seguiram; mas também foi para instrução dos seres destituídos de pecado, no Céu e em outros mundos. O campo do conflito entre Cristo e Satanás - campo este em que o plano da salvação se encontra formulado - é o compêndio do Universo. Porquanto Abraão mostrara falta de fé nas promessas de Deus, Satanás o acusara perante os anjos e perante Deus de ter deixado de satisfazer as condições do concerto, e de ser indigno das bênçãos do mesmo concerto. Deus desejou provar a lealdade de Seu servo perante o Céu todo, para demonstrar que nada menos que perfeita obediência pode ser aceito, e para patentear de maneira mais ampla, perante eles, o plano da salvação. ” Patriarcas e Profetas, pág 154 e 155.
 O final da história de Abraão e Isaque a maioria de nós sabemos: Deus providenciou um cordeirinho, que foi oferecido no lugar de Isaque, Abrão passou em sua mais dura e severa prova e voltou para casa com uma lição que jamais esqueceu.

Dois mil anos depois, porém, a história foi diferente. Jesus subiu ao monte Calvário e ali deveria oferecer sua vida para dar salvação a toda raça humana. Ele era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, só que desta vez não havia substituto. Nenhum cordeirinho a tomar o Seu lugar, Sua vida foi entregue para que você e eu hoje pudéssemos ter esperança de salvação. Esta esperança é o que move o Cristão. Peçamos a Deus que coloque em nós a mesma fé que Abraão teve. Que possamos seguir o exemplo deste homem que deixou que o Espírito Santo guiasse sua vida e que hoje aguarda em descanso o dia que Jesus voltará para retribuir a cada um segundo as suas obras. Deus abençoe você, amigo leitor.

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