A Luta pelo Domínio do Mundo
Schubert
A
Filosofia da História
Não faz muito
tempo um jovem adolescente cujo interesse pelo estudo da História não era muito
grande, expressou sua opinião escrevendo na parte interna da capa do seu livro:
''Em caso de
incêndio, lance este livro nas chamas, por favor."
Quando eu era
estudante, nosso professor de História repetidamente nos admoestava:
"Moços e moças, estudem História com diligência. Se maior número de
líderes das nações no mundo entendesse História, muitos dos desatinos do
passado poderiam ser evitados, evitando-se conseqüentemente futuras guerras.
Poderíamos com mais facilidade encontrar soluções para nossas presentes
dificuldades políticas e econômicas."
Sim, por estranho
que pareça, enquanto as universidades animam o estudo da filosofia da História,
o mundo está sendo propelido a jato para a guerra, e as condições vão de mal a
pior. Esta era atômica torna desassossegados e desorientados os nossos
estadistas. Que paradoxo!
As condições
mundiais neste século de luz são tão delicadas e complicadas que a História
passada não apresenta paralelo que indique solução prática que leve a tão
almejada paz entre as nações.
Creio que George
W. Hegel estava certo quando disse: "Da História aprendemos que nada
aprendemos da História." A razão por que muitos têm deixado de
beneficiar-se do estudo do passado é que alguns têm uma errônea concepção da
filosofia da História.
Por exemplo, há
uma escola ateísta de filosofia da História que nega as providências de Deus
nos negócios dos homens. Há também diferentes escolas de pensamento que adotam
conceitos evolucionistas, e cada uma delas professa diferente filosofia da
História, sempre de acordo com suas idéias referentes à origem do planeta, da
vida e do homem.
Por outro lado,
a escola criacionista crê que Deus é visto na História; que Sua mão está
guiando os negócios dos homens. Somente esta última crença tem sentido, e é a
verdadeira filosofia da História.
Ora. que é
História? História política é o registro do trato de homens com homens e, num
sentido mais lato, o relato do contínuo conflito entre o bem e o mal, entre
Deus e tudo que se Lhe opõe. Se o homem nunca se tivesse rebelado contra o
governo de Deus, não teríamos tido o que se chama História política. Nossa
História é, portanto, a história de um mundo que se rebelou contra a ordem
divina. Profecia é a História predita com grande antecedência de seu
cumprimento. É a História previamente considerada. E História é profecia
cumprida. Ambas caminham de mãos dadas.
A História só
pode ser convenientemente compreendida do ponto de vista de Deus, que tem um
plano, um propósito de redimir o mundo da mão de Satanás, trazendo-o de movo ao
Seu próprio domínio. Deus revelou este propósito à humanidade mediante as
revelações divinas.
Este propósito
foi magnificamente retratado por S. Paulo cerca do ano 52 A . D.:
(Efés. 1:9 e 10)
Este maravilhoso
evento futuro é chamado nas Santas Escrituras "a segunda Vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo" ou "o fim do mundo." A idéia do fim do
mundo não nos deve amedrontar. Na realidade não se trata do fim de todas as
coisas, mas da transição do pecado, tristeza, guerras e morte, para uma vida de
eterna felicidade.
O amorável
coração de Deus não poderia suportar a separação do homem que Ele criou segundo
Sua própria imagem, de maneira que Cristo veio a este mundo que estava
separado, a fim de pagar o preço da redenção com o Seu sacrifício na cruz, de
molde a reintegrá-lo no seio da universal família de Deus.
Logo a primeira
página das Santas Escrituras afirmam que o mundo e o homem foram criados
perfeitos. Eram eles parte integral de um Universo feliz com seus inumeráveis
mundos habitados. Mas veio o momento em que nossos primeiros pais, tentados por
Satanás, rebelaram-se contra o Criador e rejeitaram Sua autoridade Como
resultado a relação entre o homem e o seu Deus foi interrompida. Assim o mundo
ficou isolado, podemos dizer em relação ao Céu e aos bilhões de outros mundos
do Universo.
A razão por que
autoridades médicas isolam um doente é o fato de ele estar sofrendo enfermidade
infecciosa. Assim este mundo foi isolado para evitar que se espalhasse a mais
contagiosa de todas as enfermidades – a rebelião ou pecado – através do
Universo. Suas desastrosas conseqüências tinham que ser controladas. Esta à
razão por que sabemos tão pouco sobre o espaço exterior, embora os homens
procurem desesperadamente inventar uma espécie qualquer de foguete ou nave do
espaço pala alcançar outros planetas. Mas os santos dominarão o espaço e o céu
quando Cristo nosso Senhor descer para levar-nos com Ele às gloriosas mansões
eternas. Com quanto fervor não deveríamos repetir a oração do Senhor:
"Venha o Teu reino" !
O Desafio
do Criador
Não lá poder
individual, nem nacional, nem exército no mundo que seja suficientemente forte
para subverter a vontade de Deus concernente ao curso da História e à vida das
nações.
Atentem para
este desafio divino escrito cerca de 700 anos antes de nossa era:
(Isa. 46:9 e 10)
Em todos os
séculos têm havido ditadores e nações que tentam derrotar o plano do Criador
com respeito aos limites e história das nações. É oportuno observar também o
que a divina predição declarou cerca de três milênios atrás:
(Sal. 33:10-12)
A história de
Hitler é uma ilustração apropriada.
Um evangelista
conta que em 1960 esteve sob o balcão do antigo grande Palácio Imperial de
Viena, de onde Hitler, após a anexação do país ao seu domínio, fez um
desafiador discurso ao mundo, proclamando que o império que ele estava
construindo devia durar pelo menos mil anos. Ao estar ali refletindo sobre a
jactanciosa declaração de Hitler, o pastor se lembrou destas palavras que
acabamos de ler.
"O Senhor
desfaz o conselho das nações." Apenas dez anos depois desta desafiadora
declaração, ele e seu império haviam sido levados ao nada. Mas "a Palavra
do Senhor permanece para sempre." E agora, com esta filosofia da História
em mente, estudemos uma palpitante predição feita no VI século antes de Cristo.
Uma Fascinante
Visão
Notem como
Daniel, primeiro ministro e profeta, descreve a visão recebida de Deus:
(Dan. 7:2)
Esta é uma
profecia escrita em
símbolos. Os símbolos são corretamente interpretados em
outras partes das Escrituras. Não há necessidade de o homem usar a imaginação
para interpretá-los. O que interpreta esses símbolos de acordo com sua
imaginação tão-somente distorce o significado da verdade das profecias.
O símbolo
profético de mar ou águas é explicado em Apocalipse: "As águas que
viste... são povos, e multidões, e nações, e línguas." Apoc 17:15.
E em Isaías,
lemos (Isa. 57:20)
Com esta
interpretação bíblica vemos que o embate dos ventos no mar significa
literalmente que povos e nações ímpios do mundo estão em constante agitação,
lutas e guerras.
Vejamos agora
que sai dos embates do mar: (Dan. 7:3-7)
Parece que temos
diante de nós um verdadeiro zoológico. Primeiro um majestoso leão sai do mar
turbulento; depois de algum tempo um imponente urso, tendo na boca três
costelas aparece. Mais algum tempo e sai do mar um ágil e astuto leopardo com
quatro cabeças. O último dos quatro animais é um animai complexo, de terrível
aparência. Não existe um monstro vivo com dentes de ferro e garras que destroem
tudo em seu caminho.
Isto me traz à
lembrança o que li uma vez sobre um colégio que tinha um erudito professor de
biologia especializado em
entomologia. Ele conhecia de memória praticamente todos os
insetos, seu sistema de vida, e em que parte do mundo viviam. Um dia, querendo
pregar uma peça ao professor, os estudantes saíram, apanharam um gafanhoto,
cortaram-lha a cabeça, as asas e as pernas, e puseram-lhe uma cabeça de grilo,
as asas de uma libélula, e pernas de um outro inseto. Pensavam que haviam
realizado uma maravilhosa operação.
Tomaram esta
criatura composta e a puseram sobre a mesa do professor. Quando este entrou em
classe, deu uma olhadela no curioso espécime e começou a lição. Mas os
estudantes estavam impacientes, e finalmente um deles disse:
– Professor,
achamos isto lá fora no campo. Que acha o senhor que seja? Que espécie de inseto
é?
O professor
respondeu: Um embuste.
Isto é
exatamente o que era – e o quarto animal profético parece a mesma coisa. Bem,
demos ainda outra olhadela ao quarto animal – esta besta composta como descrita
no verso 20:
(Dan. 7:20)
Atentem, amigos.
Os dez chifres do quarto animal eram chifres simples. Mas de súbito aparece o
11º chifre, de natureza diferente, tendo olhos e uma boca que falava. Devemos
notar também que o efeito do surgimento deste chifre foi a queda de três dos
chifres originais.
A Interpretação
Correta
Agora com este
maravilhoso e curioso quadro de símbolos proféticos, busquemos a correta
interpretação:
"Estes
grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da
terra." (Verso 17)
Assim estas
quatro bestas representam impérios. Por que são simbolizadas por animais? A
razão é muito simples. Até ao presente muitas nações preservam o costume de
representar suas características por animais em seus escudos, selos, moedas e
papel-moeda. No Chile é visto um condor em cada moeda divisionária. A América é
simbolizada por uma águia. Na Franca, um galo e na Inglaterra um leão – como
símbolos oficialmente pintados em dinheiro e documentos. A Rússia é
representada por um urso.
A razão por que
nações do mundo são representadas por ventos e animais ferozes é que sua
atitude mostrada entre si é não raro semelhante a desses animais. Por exemplo,
se deixarmos livres aqui dez fortes cães, imediatamente eles se empenharão numa
violenta briga. Esta é a história das nações. Elas têm guerreado e lutado por
milênios. Assim os animais, Como vocês vêem, são símbolos apropriados das
nações.
O Leão
A primeira besta
o leão com asas de águia representa muito bem o império mundial babilônico do
qual era o profeta Daniel nesse tempo o primeiro ministro. O escritor Jeremias,
no VI século antes de Cristo escreveu:
(Jer. 50:44)
Em acréscimo,
Habacuque escreveu cerca de 610 antes de Cristo:
(Hab. 1:6-8)
Como vêem, os
dois símbolos, o leão e as asas representam Babilônia. As asas representam a
presteza em que a nação dominaria o mundo, e o leão simboliza o seu poder.
Alguns anos
atrás um evangelista visitou a Universidade de Chicago. O professor de
arqueologia dali havia estado em Babilônia, e lhe mostrou no Instituto Oriental
o que havia sido desenterrado das ruínas da antiga Babilônia. Chamou-lhe a
atenção para dois leões esculpidos em bela pedra. Haviam estado um de cada lado
no pórtico principal da entrada do palácio real. A arqueologia confirma que o
leão é o símbolo de Babilônia.
O rei de
Babilônia pensava que com suas fortificações praticamente inexpugnáveis o seu
império duraria milhares de anos. Mas a profecia revelou a futilidade dessa
paixão de grandeza perenal, e predisse que seu reino – o império leonino que
reinou sobre o mundo conhecido apenas de 605-539 A .C. – seria sucedido
pelo urso.
O Urso
com Três Costelas
na Boca
O urso é símbolo
da Medo-Pérsia. A história do desenvolvimento dos medos e dos persas em domínio
mundial sugere as características do urso.
Os ursos
asiáticos eram ferozes. Quando em perigo pela presença deles, os homens deviam
deitar-se de bruços com a face para baixo, segurando-se desesperadamente na
relva ou qualquer planta, a fim de não serem virados para cima pelo animal. Se
o urso não conseguisse virar a pessoa, esta estaria salva, pois o urso se
retiraria. Se ele lograsse virar a pessoa, esta estava perdida, pois com uma de
suas poderosas patas ele lhe daria um tapa no rosto que arrancaria a carne,
fazendo-o em pedaços.
Ninguém gostaria de tal trato facial.
No ano 539 os
medo-persas sob a direção de Ciro uniram suas forças e invadiram o império
babilônico. Isto eles fizeram com estratégia muito astuta, tomando a cidade
fortificada de surpresa. Nesse ataque o rei caldeu Belsazar foi morto.
As três costelas
na boca do urso representam grandes potências que o urso teve de vencer para
alcançar a supremacia mundial, isto é, a Líbia em 546 AC .; Babilônia em 539 A . C.; Egito em 525 A . C. É maravilhoso como
os diferentes pontos da profecia alcançaram exato cumprimento na História.
O poder mundial
medo-persa é reconhecido de 539
A . C. até a decisiva batalha de Arbela, agora nosso
moderno Iraque no ano 331 AC .
Nesta batalha o exercito de um milhão de homens dos medo-persas foi vencido por
Alexandre, general e rei dos gregos, militar de gênio e discípulo de
Aristóteles.
O Leopardo
com Quatro Cabeças
e Quatro Asas
A batalha
vitoriosa de Arbela deu a Alexandre o Grande o poder mundial. O leopardo com
quatro asas é um símbolo apropriado da história grega. O leopardo, também um
animal feroz, é ao mesmo tempo ágil e solerte. As quatro asas retratam a
tremenda rapidez com que os gregos conquistaram o mundo conhecido, isto é, em
apenas doze anos estenderam o seu domínio até a Índia.
As quatro cabeças do leopardo são explicadas
em Daniel 8:21 e 22: "Quatro
reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dela."
Aqui se predizia
que o império grego seria dividido em quatro nações após a morte do seu
primeiro rei. Esta perdição encontrou pleno e acurado cumprimento. Alexandre em
seu retorno da Índia demorou-se algum tempo na velha cidade de Babilônia. Ele
desejava reconstruir a outrora bela cidade, mas morreu ali subitamente em
virtude de suas constantes e excessivas bebedices. Ele pôde conquistar as
nações do mundo, e não foi capaz de vencer suas próprias paixões.
Pouco antes de
sua morte seu general Perdicas, perguntou-lhe: "A quem desejais legar
vosso império, majestade?" Alexandre retirou do dedo o seu anel de selar e
deu-o a Perdicas com a resposta : "Ao mais forte." Estas foram as
últimas palavras de Alexandre. Após sua morte Perdicas procurou conservar o
império para si, mas não pôde conservá-lo senão por poucos anos, em virtude de
conspiração dos outros generais.
Finalmente a
dissensão levou a guerra aberta, que culminou com a batalha de Ipso. Como
resultado, o império grego foi dividido não em três ou cinco reinos, mas em
quatro, exatamente como a visão de Daniel previra na figura das quatro cabeças
do leopardo. Esta divisão foi completada com a morte de Antígonos no ano 301 A . C. As quatro nações em
que o império foi dividido foram:
1. A Grécia
propriamente dita, com Cassandro como rei.
2. A Trácia e Ásia
Menor, sob Lisímaco.
3. Babilônia e
Síria, tendo como rei Seleuco.
4. Egito, sob o
reinado de Ptolomeu.
O Animal
Terrível
Ora, a predição
foi que também o terceiro animal não reinaria para sempre sobre a Terra, mas
seria seguido pelo maior e mais feroz poder que o mundo já conheceu. A profecia
declara:
(Dan. 7 :7): “...”
"O quarto
animal será o quarto reino na Terra, o qual será diferente de todos os reinos;
e devorará toda a Terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços." (Dan.
7:23)
Este quarto
império foi sem dúvida Roma. Tão "terrível e espantosa foi esta nação que
não poderia ser comparada com nenhum animal existente.
Sim, Roma,
simbolizada pelos dentes de ferro, devorou, pisou aos pés e fez em pedaços
todas as nações que desejou conquistar. No ano 168 A C, teve início a
impiedosa era romana com a destruição das hordas macedônias. Qualquer nação que
se humildemente não se rendesse seria exterminada pela força, como foi o caso
da feroz batalha de Cartago no norte da África. Sim, a História confirma que
Roma dominou o mundo com mão de ferro num período de cerca de 600 anos – para
sermos exatos de 168 AC .
a 476 AD.
As Dez
Pontas
Nesta altura
será muito interessante considerar esta antiga predição do sexto século AC.;
para vermos o que deveria acontecer na história do mundo depois de Roma.
Lembrem-se que a
cabeça deste monstro estava coroada com dez pontas. Que representa isso?
"Quanto às dez pontas daquele mesmo reino se levantarão dez reis."
(Dan. 7:24)
Esta
especificação foi exatamente cumprida a começar com o quarto século de nossa
era. Dada a acumulação sem precedentes de riquezas, vícios e corrupção de todo
tipo, a estabilidade política, social e econômica do Império Romano começou a
ser minada. A invasão dos bárbaros no quarto, quinto e sexto séculos de nossa
era desintegrou o império dividindo exatamente em dez nações!
1. Os alamanes,
ou alemães, obtiveram independência no ano 351.
2. Os francos,
ou franceses, em 351.
3. Os
burgúndios, ou suíços, em 406.
4. Os vândalos,
ou norte da África, em 406.
5. Os suevos, ou
portugueses, em 406.
6. Os visigodos,
ou Espanha, em 483.
7. Os
ostrogodos, ou Iugoslávia e parte da Hungria, em 483.
8. Os lombardos,
ou Áustria e norte da Itália, em 483.
9. Os hérulos,
ou Itália, em 483.
10. Os
anglo-saxões, ou Inglaterra, em 483.
Em outras
palavras, vemos aqui o nascimento das nações da Europa, como as conhecemos
hoje.
Ora, se Roma
Ocidental tivesse sido dividida em onze nações ou unicamente em oito, a
predição ter-se-ia provado falsa e os ateus teriam um poderoso argumento para
destruir a fé de milhões neste sagrado volume.
A Igreja na
Profecia
Uma vez
estabelecidas as nações da Europa, a profecia de Daniel revela que haveria
outros admiráveis sucessos históricos.
Contemplando
atônito o surgimento das dez nações da Europa, o profeta escreveu:
(Dan. 7:8)
"Será
diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.... E eles serão entregues na
sua mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo." (Dan. 7 :24 e 25)
Será uma
palpitante experiência decifrar este oráculo. Ele afirma que após o
estabelecimento das dez nações da Europa outra ponta, ou poder, se levantaria
entre eles. Mas este poder seria "diferente dos primeiros," e
abateria três dos dez reinos. As dez pontos eram nações políticas, mas a 11ª
seria de natureza diferente. Esta ponta é diferente pelo fato de ter olhos como
de homem e uma boca que fala.
Aqui está representado
um poder diretor e supervisor. O único poder diferente que se levantou na
Europa nesse tempo foi a igreja – um poder religioso, não político como os
anteriores.
Chegamos agora a
outra fase da profecia que confirma ser esta outra ponta com olhos e boca – o
símbolo da igreja. Diz ela que com o aparecimento desta ponta três das dez
anteriores ou reinos políticos, seriam arrancadas. A História confirma isto.
Eis a História:
No início do
segundo século travou-se na igreja uma feroz batalha que a dividiu em duas
facções. A causa disto foi um influente sacerdote de nome Ário, da igreja de
Alexandria, que espalhou através do mundo a doutrina de que o Filho de Deus não
era preexistente e eterno, mas um ser criado, inferior ao Pai e não da mesma
substância. Esta falsa doutrina sobre o Filho de Deus é chamada arianismo,
segundo o nome do seu autor. Os que aceitaram a crença ariana combateram a
igreja que sustenta a doutrina correta de que Cristo era igual ao Pai.
Eram três nações
que abraçaram a doutrina de Ário: os hérulos, conhecidos hoje como italianos;
os vândalos, ou norte da África, e os ostrogodos, agora parte da Iugoslávia e
Áustria. Leno (Justiniano?), imperador de Constantinopla que nominalmente era
também imperador do Ocidente, ofereceu a Teodorico, chefe dos ostrogodos, aliás
ele próprio um ariano, o domínio da Itália se ele expulsasse o ariano Odoacro
chefe dos hérulos. Ele o fez. Em 11 de agosto de 490 AD., as forças de Odoacro
entraram em colapso, e o senado romano aceitou Teodorico como dominador da
Itália. Assim a primeira ponta foi arrancada.
Mais tarde a
igreja em Roma apelou para Justiniano, imperador do Império Romano do Oriente,
para que enviasse um exército em defesa da fé cristã contra os dois grandes
poderes arianos que ainda ameaçavam a sobrevivência da igreja. Assim o exército
de Justiniano sob a direção do general Belizário foi ao Norte da África,
destruiu Cartago e o poder dos vândalos, isto no ano 534 AD., levando
prisioneiro a Constantinopla o rei Gelimer. Então o general triunfante retornou
e combateu os ostrogodos. Esta última potência ariana caiu em 538 A . D.
Vemos assim que
exatamente três pontas opositoras foram "arrancadas," em harmonia com
a predição profética. Com esta vitória veio o fim de todas as facções menores
do arianismo na França e Espanha, e a igreja foi reconhecida como defensora da
fé em todos os países da Europa, em conformidade com o decreto baixado por
Justiniano em 533, mas que não se tornou efetivo antes de 538 AD., quando a
última potência ariana foi derrotada. .
A Idade
Áurea da Igreja
Há outro
interessante elo na cadeia de predições. É uma predição matemática sobre a
relação entre a igreja e as nações européias. Lemos em relação à ponta com
olhos para ver e uma boca para falar que "eles" – as outras pontas –
"serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e metade de um
tempo." Dan. 7:25.
Podemos
parafrasear esta linguagem escriturística em nossa linguagem de hoje da
seguinte maneira: A igreja exercerá poder temporal sobre as nações da Europa
"por um tempo, e tempos, e metade de um tempo."
Vamos por alguns
minutos transformar esta conferência numa classe de matemática. O elemento tempo
nesta profecia é tão simbólico quanto os animais e as pontas. O profeta
Ezequiel nos dá a chave para a interpretação do elemento profético tempo.
Leiamos Ezequiel 4:6: "Levarás a maldade
da casa de Judá quarenta dias: um dia te dei por cada ano."
No livro de
Números, escrito cerca do ano 1.500
AC ., encontramos a mesma regra para a medida profética
de tempo.
Números 14:34: “...”
O termo
"tempo" entre os judeus do Velho Testamento tinha o mesmo sentido de
"ano." Em outras palavras, um tempo eqüivale a um ano. Poderíamos ler
a predição como "um ano, dois anos e metade de um ano." O ano hebreu
tinha 360 dias. De acordo com Ezequiel 4:6, a escala profética de tempo é:
"Um dia te dei por um ano." Assim um ano tem 360 dias, dois anos 720
dias, e metade de um ano 180 dias, perfazendo um total de 1.Í60 dias.
Ora, conforme a
instrução da Santa Palavra, esses dias proféticos representam 1.260 anos
literais. A profecia diz, portanto, que durante um período de 1.260 anos
literais a igreja exerceria domínio ou poder temporal sobre as nações da
Europa.
Isto não é uma
maneira arbitrária de figurar as coisas.
No ano 90 AD.,
S. João escreveu no livro de Apocalipse com respeito à mesma predição. Notem
que no capítulo 12, verso 6, ele fala claramente de 1.260 dias. No verso 14 ele
sustenta o mesmo número ainda em termos simbólicos "tempo, e tempos, e
metade de um tempo." Também no capítulo 13, verso 5, falando sobre o poder
temporal da igreja, S. João diz: "Deu-se-lhe poder para continuar por
quarenta e dois meses."
Ora, um mês tem
trinta dias. Multiplicando-se quarenta e dois por trinta dias temos outra vez
1.260 dias, que de acordo com a profecia são anos literais. Assim temos cinco
provas – duas no livro de Daniel, 600 anos antes de Cristo, e três no livro de
Apocalipse – de que o número 1.260 está correto.
Consideremos
agora a história da igreja para vermos
como isto se cumpriu.
Tomemos o ano
538 AD., quando a última potência ariana foi destruída. Nesse ano o general
Belizário ajudou o papa Virgílio a ser reconhecido pela Alemanha, França,
Inglaterra, Portugal, Espanha, Áustria, Iugoslávia e Itália, como a suprema
autoridade em todas as questões eclesiásticas e outras de caráter secular, e
para corrigir qualquer heresia. Se começarmos a contar a partir do ano 538 como
o início de sua autoridade sobra a Europa e como o princípio dos 1.260 anos,
chegaremos ao ano 1.798 AD. Que acontecimento surpreendente teve lugar nesses
anos ?
Creio que todos
sabem o que aconteceu em 1798. Para estabelecer os eventos deste ano na
perspectiva correta, temos de retornar ao ano de 1789, quando explodiu a
revolução francesa. A revolução trouxe a democracia, mas deixou também muitas
cicatrizes. A França como nação rebelou-se contra Deus, contra as Santas
Escrituras e contra todos os líderes religiosos e respectivas igrejas. A França
abraçou o ateísmo, todos os livros e objetos religiosos foram queimados, e a
deusa da razão foi entronizada na catedral de Notre Dame como símbolo de que unicamente a razão
devia governar.
Como resultado
disto, surgiram dificuldades entre Roma e Paris. O desafio da França contra
Roma resultou em ser a França excomungada. Em 1797 a tensão havia
aumentado a tal ponto que Napoleão com seu triunvirato desejou subjugar Romã
pela força e silenciá-la. Os estadistas seus conselheiros e generais
advertiram-no contra semelhante ação, pois temiam que outras nações da Europa
defendessem Roma. Entrementes a tensão e atritos aumentavam entre as duas
potências, e em 17 de fevereiro de 1798, o exército francês de uns 100.000
homens, sob o comando do general Berthier, invadiu Roma e o papa Pio VI foi
feito prisioneiro. Assim o poder temporal da igreja sobre as nações da Europa
chegou ao fim, reconquistando essas nações a sua independência.
Assim mais uma
vez a profecia se cumpriu exatamente no tempo indicado pela inspiração. Se
Napoleão tivesse invadido Roma um ano mais cedo, como desejava, a profecia não
se teria cumprido com exatidão. Os ateus teriam triunfalmente proclamado a
falibilidade da divina predição matemática. Se, por outro lado, Napoleão
tivesse invadido Roma um ano mais tarde, os céticos teriam tido um bom
argumento para a sua filosofia. Mas ninguém pode desafiar a Deus. O relógio da
profecia marca sempre a hora certa.
A Era
da Ciência e
da Angústia
Vejamos agora o
que a divina predição diz sobre os eventos após 1798. Lemos em Daniel 12:4:
Aqui se diz que
as predições das coisas que deveriam acontecer seriam seladas até o tempo do
fim, que significa o tempo que precederia o fim deste mundo e o início de uma
nova era com a intervenção do Senhor Jesus Cristo. É dito que duas coisas
aconteceriam nesse tempo: o conhecimento seria aumentado e muitos correriam de
uma parte para outra. Sim, os homens estão viajando de um para outro lado ao
redor do mundo. Os modernos meios de transporte tornaram o mundo pequeno demais
hoje, porque em poucas horas podemos estar em qualquer parte do globo.
Vejamos agora
quando teria lugar o tempo do aumento da ciência e em que muitos viajariam de
um lado para outro, que marcaria o início do tempo do fim.
O verso 6 diz: "Que tempo haverá até
ao fim das maravilhas ?" A resposta foi data pelo anjo: "Depois de um
tempo, de tempos e metade de um tempo." Conforme o estudo que temos feito
desta profecia é claro que seria após 1798. E é maravilhoso como os fatos
históricos confirmam isto.
Em 1798 a ciência moderna no
campo da medicina teve o seu despertamento. James Watt descobriu a força do
vapor, inventando-se as grandes máquinas como o navio a vapor, a locomotiva
Mais tarde descobriu-se a eletricidade, depois o automóvel, o aeroplano, o
rádio e mais recentemente a televisão. Estamos entrando agora na era da eletrônica
e da fissão do átomo. A ciência médica e as investigações têm acompanhado todas
estas invenções, bem assim a química e a física. Essas invenções modernas
mudaram nosso sistema de vida.
Mas vejamos qual
o fim de toda esta maravilhosa exibição da ciência.
Após a Primeira
Guerra Mundial, alguém pensou que o aumento da ciência em todos os ramos de
conhecimento levaria as nações a abandonar a guerra. Mas isto não aconteceu.
Temos testemunhado uma horrível Segunda Guerra Mundial, e outras pequenas
guerras aqui e ali. Em toda parte há a luta econômica.
Vejamos o que a
inspiração divina disse 2.500 anos passados com respeito aos resultados do
aumento do conhecimento científico em todos os ramos:
(Dan. 12:1 e 2)
Ora, meus
amigos, estamos ou não no tempo do fim? Estamos ou não num tempo de angústia? É
verdade que podemos desfrutar as mais velozes viagens por avião, lares
confortáveis, belos automóveis. Mas não obstante tudo isto, o homem está
vivendo em temor por causa da espada de Dâmocles que tem suspensa sobre sua
cabeça. Muitos crêem que a ciência salvará o mundo, mas o homem nunca poderá
tornar-se tão sábio que dispense a Deus ou a religião. Agora que temos a
energia atômica nas mãos de homens ímpios, a própria sobrevivência do mundo
está ameaçada. Não podem os homens por si mesmos encontrar o caminho para fora
do emaranhado de dificuldades políticas, econômicas e sociais. O homem está
lutando por sua sobrevivência. Mas as predições divinas neste ponto nos dão uma
infalível solução para as probantes condições do mundo, e esta é a Segunda
Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo em poder e glória para destruir os ímpios e
livrar os fiéis, trazendo de novo nossa mundo ao seio da família de Deus no
Universo.
Se os problemas
do mundo pudessem ser solucionados pela conversão do mundo a Cristo, ou por uma
democracia, ou pelo comunismo, ou ainda pelo predomínio das raças
afro-asiáticas sobre a raça branca, então esta profecia teria feito clara
alusão a este fato; mas o que ela enfaticamente diz é que a Segunda Vinda de Cristo,
o fim do presente mundo, é a única solução para os insolúveis problemas do
mundo.
Conclusão
Queridos amigos,
estas profecias de longo alcance nosso Senhor enviou para salvar cada homem e
mulher da falsa filosofia da História e da superstição. Ele deseja salvar cada
pessoa de falsas crenças, de distorcidas filosofias de vida, do mundo, do
pecado, preparando-o para a vida eterna no mundo abençoado, pois em S. Lucas 19:10 lemos:
"O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido."
Com estas grandes
profecias confirmadas ante os nossos olhos e o amorável chamado de nosso Senhor
Jesus Cristo em nossos ouvidos, sintamo-nos constrangidos a voltar para Ele
como nossa única esperança. Nada temos a dar-Lhe exceto nosso coração
pecaminoso em troca de um novo coração. Aceitem Sua salvação, aceitem Sua
Palavra e a promessa que fez de que vos redimirá a vocês e ao mundo.
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